terça-feira, 15 de outubro de 2013

Druidesas, Druidisas ou Druidas



Os relatos romanos falam de mulheres vestidas de preto com cabelos esvoaçantes, que de mãos dadas com os druidas entoavam invocações. A Dra. Miranda Green questiona o fato de não sabermos se tratavam de druidesas ou de uma classe de sacerdotisas, ou as tão mencionadas, nos relatos e na literatura, mas mulheres sábias, que seriam de qualquer forma, evidentemente aliadas aos druidas, mas não druidesas.

A palavra druidesa só vem aparecer em relatos questionáveis e provavelmente fictícios, de acordo com o dicionário inglês Oxford, a palavra "druidesa" é uma invenção do século XVIII. O neologismo, porém, hoje é aceito tanto para Druidesa como Druidisa.

Segundo a Dra. Miranda Green, nos séculos III e IV, cerca de 300 e 400 anos após o massacre druídico na Ilha de Mona, o último refúgio dos druidas, hoje Ilha de Anglesey, litoral do País de Gales, não há registros de sobreviventes e nem relatos intermediários de aparições de druidas. Somente nos séculos I e II, conforme o "Scriptores Historiae Augustae", quando druidesas figuraram isoladas em aparições para romanos, descritos uma vez por Diocleciano, depois Severus Alexander, que fizeram profecias específicas para essas pessoas.

Na Irlanda não há menção a druidesas, mas de profetizas, sábias e mestres em muitas artes, como exemplificados nos contos de CuChulainn, da Rainha Mebd e das histórias dos Fianna.

Mulheres Sábias, Bruxas e Feiticeiras

Sim, existiram mulheres druidas. Por outro lado, se detalhes da liturgia druídica nos faltam, indícios das práticas do povo são evidentes. Há começar pela inscrição de Larzac. "Maldições, condenações punitivas, invocações pedindo apoio aos Deuses, são freqüentemente inscritas em folhas de chumbo e outros metais e depositados em templos e fortes. Em 1983 na tumba de Larzac, sul da França, uma inscrição foi encontrada quebrada em duas partes, datada da Idade do Ferro, escrita em gaulês, formam o mais longo texto em gaulês já encontrado. O texto fala da rivalidade entre dois grupos de mulheres que trabalhavam com artes mágicas na Gália pré-romana."

Arqueologicamente, as feiticeiras não são facilmente identificadas, mas o tratamento de corpos de algumas mulheres velhas no período romano indicam sua presença. No texto original a doutora afirma existências arqueológicas comprobatórias da existência de bruxas e/ou feiticeiras, mas não de druidesas.

"Há evidências que as bruxas ou magistas femininas agiam na religião pagã e não apenas no druidismo celta. O testemunho tanto da arqueologia quanto dos antigos apontam para a existência de tais mulheres". Quem saberá de fato a verdade?

Fonte bibliográfica:

The World of The Druids - Miranda J. Green

Tradução de Luciana Cavalcanti

retirado de http://www.templodeavalon.com/modules/mastop_publish/?tac=As_Druidesas

Druidismo




O Druidismo é um caminho espiritual centrado na força da terra, que honra os espíritos da natureza, seus ancestrais, os Deuses celtas e que respeita todas as criaturas viventes.

A palavra druida é de origem céltica e, segundo o historiador romano Plínio, o Antigo - está relacionada a força do carvalho, considerada uma árvore sagrada. Os druidas foram membros de uma elevada ascendência celta. Ocupavam os trabalhos de juízes, sacerdotes, adivinhos, magos, médicos, matemáticos, astrônomos, alquimistas, etc.

Dominavam quase todas as áreas das ciências exatas, como a matemática, a música, a poesia, além de notáveis conhecimentos da medicina natural, fitoterapia e agricultura. Embora possuíssem uma forma de escrita conhecida pelo nome de Ogham, muito parecida com a escrita rúnica, não a usavam para gravar seus conhecimentos.

Após o domínio do cristianismo muitas informações históricas da cultura celta se perderam, exceto aquilo que permaneceu guardado nos registros dos antigos historiadores greco-romanos.

Por isto, muito da história dos Druidas até hoje é um mistério para os pesquisadores oficiais; sabe-se que eles realmente existiram entre os povos Celtas como seus sacerdotes, mas que não nasceram nesta civilização.

As fontes de pesquisa do Druidismo são praticamente as mesmas dos Celtas, com um pouco mais de restrições, pois não encontramos druidas em todas as sociedades celtas, ou seja, somente em textos medievais, de origem por vezes meramente mitológica, com dados de arqueologia e relatos romanos.

Esse estudo se inicia com a tradução de alguns textos acadêmicos de estudiosos renomados a respeito do Druidismo e da história nos dias atuais, não pretendemos concluir, mas fornecer informações a respeito dessa tão específica casta druídica.

Os Druidas mostram-nos que sempre podemos rever o passado para melhor aprender o presente. Empenhemo-nos, então, neste maravilhoso mundo da pesquisa etimológica e histórica.

The World of The Druids - Dra. Miranda Green: Ed. Thames Hudson 1997
Dra. Miranda Jane Aldhouse Green - Professora Doutora de Arqueologia e chefe do SCARAB - Centro de pesquisas da Religião, Arqueologia, Cultura e Biogeografia da Universidade de Cardiff em Gales. Autora de vários livros como "The Gods of The Celts", "Celtic Myths", "Exploring the World of the Druids", entre outros. Responsável por produzir documentários sobre a idade do ferro e artigos sobre a cultura celta.

Druidismo Moderno
De acordo com Miranda Green, o reverendo John Ogilvie foi vicário de Aberdeeshire com interesses antiquários. Assim como muitos contemporâneos do século XVIII, Ogilvie erroneamente associou os druidas aos megalíticos. Sua descrição de Arquidruida, no mesmo contexto, é típico do romantismo com o qual os druidas eram vistos pelos antiquários desse período.

Por fim, Ogilvie fez uma amálgama dos escritores clássicos com o idealismo do século XVIII, resultando dessa confusão: que druida era um nobre, sábio e venerável, um sacerdote vestido de túnica branca e de barba. Mas o que sabemos através dos mitos irlandeses, é que os druidas usavam mantos coloridos e brincos de ouro, conforme nos diz Estrabão.

Entre os séculos XVI e XIX na Bretanha e no Continente houve um grande interesse em material antiquário. (NT: esse período no início do século XIX foi chamado de Romantismo, onde o interesse pelo passado, qualquer passado era guiado pela busca de emoção e ilusão de resgate da pureza dos estados iniciais do Homem-Natureza, cria-se o mito do bom selvagem e demais mitos de ingenuidade e pureza existentes no passado e corrompidos no presente).

Enfim, o passado pré-histórico, sobre celtas e druidas, foram e ainda são objeto de muitos debates.
"O escritor romano Plínio refere-se ao carvalho sagrado dos druidas. A santidade das árvores parece ter sido baseada em seu auge, com suas grandes ramificações que parecem tocar o céu, à sua longevidade e à penetração de suas raízes profundas no subsolo. Assim, se criaram um elo entre o céu, a terra e o submundo. Além disso, a árvore refletia o ciclo das estações, com a "morte" da folha da árvore que caduca no Inverno e seu renascimento milagroso, com a germinação da folha e o seu novo crescimento na primavera." Miranda Jane A. Green.
Antiquários usaram entusiasmadamente referências à literatura clássica como foco inicial do qual eles verteram uma fantasia de atributos e funções druídicas. Em seu extremo, esses aspirantes a druidas atribuíram a eles todas as virtudes, junto com a maioria dos monumentos ancestrais.


Referência bibliográfica:

The World of The Druids - Miranda J. Green

Tradução de Luciana Cavalcanti - Três Mundos

O Druidismo é a religião dos celtas que, infelizmente, se perdeu no tempo, mas que ainda continua viva em nossas almas e corações... Leia também: Abordagens gerais sobre o Druidismo.

Bênçãos plenas do Céu, da Terra e do Mar!

Rowena Arnehoy Seneween ®

retirado http://www.templodeavalon.com/modules/mastop_publish/?tac=Druidismo