segunda-feira, 1 de julho de 2013

A Diferença Histórica entre Magos, Feiticeiras e Bruxas




Bem, este post é para esclarecer um pouco das diferenças que há entre um mago, uma feiticeira e uma bruxa, segundo dados históricos.

De acordo com o livro "Bruxaria e História: as Práticas Mágicas no Ocidente Cristão", há sim uma diferença histórica entre eles e se hoje palavras diferentes são usadas para designar uma pessoa que faz uso de alguma prática mágica, nem sempre foi assim.

Os magos, de alguma forma, na antiguidade, eram ligados à nobreza. Eram homens cultos, conhecedores da alquimia, teologia, filosofia, e eram considerados sábios que possuíam grande conhecimento nas mais diversas áreas.

As feiticeiras estão diretamente ligadas à Idade Média e eram mulheres que tinham grande conhecimento das ervas, da medicina natural e da natureza e seus mistérios. Faziam poções, lançavam feitiços, sortilégios e divulgavam superstições.

As Bruxas surgiram posteriormente, na idade moderna, e eram mulheres que, segundo a Igreja acreditava, participavam de seitas demoníacas e tinham pactos com o "diabo" (lembrando que diabo é um termo cristão e as bruxas jamais acreditaram nele) por praticarem rituais pagãos. Na chamada "Santa Inquisição" foram elas as perseguidas e queimadas na fogueira. De tabela, as feiticeiras, mesmo as que se diziam cristãs, também acabaram indo pois apresentavam risco às crenças cristãs. Já os magos conseguiram, de alguma forma, escapar.
Posteriormente tudo veio a se mesclar, e as palavras que antes não existiam começaram a aparecer como: feiticeiros (antes designada somente às mulheres), bruxos (os homens acusados de bruxaria na Inquisição eram porque eram coniventes com as práticas das mulheres tidas como bruxas) e magas (pouco utilizada mas ainda assim conhecida).

Bruxas e Feiticeiras




Não quero, de modo algum, limitar os sentidos das palavras, mas a história faz a designação segundo a atuação.

O termo "feitiçaria" provém defarmakía, que significa "drogueadores", e no latim éveneficae, de onde também deriva a palavra "veneno". Ou seja, preparação de misturas com fins terapêuticos a partir de ervas e plantas. Obviamente que as misturas eram, muitas vezes, utilizadas para provocarem estados alterados de consciência e até mesmo em preparo de venenos, não necessariamente usados contra seres humanos.


O termo "bruxaria", tão utilizado pela Igreja na Inquisição, em latim é maleficiis, a mesma origem da palavra "maleficio", maleficus, ou seja, aquele que praticava o que era "mau", segundo as crenças cristãs.


Podemos dizer que nem toda bruxa era uma feiticeira e nem toda feiticeira era bruxa, mas todas as mulheres que, mesmo sem se darem à prática da feitiçaria, por participavam de rituais pagãos, eram para o "Santo Ofício" uma má influência ao povo e aos interesses do Clero.



Com o passar dos séculos as palavras foram de misturando e hoje diz-se que uma bruxa é uma feiticeira e vice-versa. Bem, não é novidade que milhares de pagãos foram queimados na fogueira, decapitados e torturados durante a Inquisição e, como as feiticeiras também haviam entrado em julgamento, o conhecimento da ervas e as práticas religiosas que antes eram divididos tiveram que se condensar em alguns grupos e, secretamente, foram passando de geração em geração.


Não há como dizer nos tempos atuais que uma bruxa não é uma feiticeira, já que na bruxaria moderna o uso e preparo de ervas - bem como de talismãs - é muito comum.
Se há, em contrapartida, feiticeiras que não gostam de ser denominadas bruxas, elas que se justifiquem, afinal, na minha concepção, não existe mal algum em ser uma ou outra, ou as duas.

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