A Praga da dança.
Em julho de 1518, a cidade francesa de Estrasburgo, na Alsáci(na época pertencente ao império romano-germânico) viveu um carnaval nada feliz. Uma mulher conhecida como Frau Troffea saiu de casa e pôs-se a dançar. Freneticamente.
Ela não esboçava nenhum sinal de alegria, apenas dançava sem parar. Depois de cerca de quatro dias de dança quase ininterrupta (em alguns momentos ela desmaiava de exaustão, apenas para retomar os movimentos certo tempo depois). Troffea foi levada para um templo, já com os sapatos encharcados de sangue.
Quando a febre da dança completava um mês, havia uns 400 alsacianos rodopiando e pulando sem parar debaixo do Sol de verão do Hemisfério Norte. Não há registro exato, mas acredita-se que quase 100 pessoas morreram de exaustão, com ataque cardíaco, ou por causa do calor. Finalmente, em agosto, os sobreviventes foram colocados a bordo de vagões e encaminhados para santuários de cura. Apenas em setembro a epidemia começou a retroceder.
Outros seis ou sete surtos afetaram localidades belgas depois da bagunça iniciada por Frau Troffea. O mais recente que se tem notícia ocorreu em Madagascar na década de 1840.
Para um especialista, Eugene Backman, a tese é que os alsacianos ingeriram um tipo de fungo (Ergot fungi), um mofo que cresce nos talos úmidos de centeio, e ficaram alucinados. (Tartarato de ergotamina é alcalóide do ergot componente do ácido lisérgico, o LSD.)
Deve ter sido a primeira festa rave da história.
Fontes: Super Interessante, Discovery News e BBC
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