quarta-feira, 18 de setembro de 2013
náiades ou efidríades
Uma Náiade, de John William Waterhouse (1893)
As náiades ou efidríades são as ninfas das águas doces. Seu primeiro nome provém do verbo grego nân, "escorrer", "correr".
Normalmente, as nascentes e cursos d'água possuem uma só, mas por vezes, são muitas e, neste caso, todas se consideram irmãs e com os mesmos direitos.
Homero, na Ilíada, dá-lhes como pai a Zeus, mas outros consideram-nas filhas de Oceano ou do Deus-rio onde residem. As filhas do deus-rio Asopo, por exemplo, são náiades.
Toda fonte ou curso d'água possui uma delas como protetora, com um mito próprio. É o caso, entre outros, de Aretusa, que fazia parte do cortejo de Ártemis. Após uma caçada, a ninfa banhava-se nas águas de uma fonte, quando o deus-rio Alfeu, repelido por Ártemis, tentou conquistá-la. Aretusa fugiu, mas o deus-rio continuou a persegui-la e ela apelou para a deusa, que a envolveu numa nuvem e a transformou em fonte. Para evitar que as águas de Alfeu se misturassem às de Aretusa, a mãe Terra se entreabriu para que as águas da fonte, ali penetrando, pudessem evitar o encontro indesejável. Orientada por Ártemis em seu percurso subterrâneo, Aretusa chegou a Siracusa e instalou-se na ilha de Ortígia, consagrada a Ártemis. Daí haverem duas fontes com esse mesmo nome, uma na Élida, outra na Sicília.
Certas águas tinham a reputação de milagrosas, graças às suas ninfas. Banhar-se nelas, porém, se não fosse por ordem expressa de um deus, era um sacrilégio que podia causar doenças incuráveis ou a morte. Outro risco em violar a sacralidade das águas habitadas pelas náiades era "ser tomado pelas ninfas" e enlouquecer. Quem as visse, tornava-se nympholeptos, isto é, possuído pelas ninfas, entrando em delírio.
Os latinos chamavam esse estado de lymphaticus, referindo-se às suas próprias divindades nativas da água, aslinfas (lymphae, lumpae ou limpae).
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