Deusa Jörd
(desconheço a autoria)
A MÃE TERRA
Nas antigas sociedades agrárias, a Terra, rapidamente divinizada, representava tanto o reino da morte, como o lugar onde surge a vida: a Mãe-Terra, a quem eram consagradas todas as crianças que nasciam. As mulheres nórdicas pariam seus filhos de joelho e o recém-nascido caía ritualmente no solo.
Na mitologia Universal a Deusa Terra era conhecida por vários nomes que reenviam a uma mesma e muito primitiva imagem. Assim, a Gaia grega encontrava seu equivalente em Jörd para os nórdicos Jörd é uma Asynjur que personifica a Terra (Midgard) primitiva, não cultivada e vazia. Também é chamada de Fjörgyn e Hlôdyn (1997:235 de Bellinger). É considerada a esposa ou amante de Odin (na Tetralogia, como Erda, terá de Wotan nove valquírias) e mãe de Thor.
Jörd é uma palavra usada também, para designar a Terra para os velhos nórdicos.
Como Deusa-Mãe Terra que se apresentava, as vezes, como pertencente a família dos Ases e, outras, à raça dos gigantes (esta última dá uma pista de sua antiguidade, já que os gigantes são os seres primordiais destas tradições).
Ela é filha de Nott ou Nat (A Noite) e Annar (deus da água) e irmã de Auð e de Dagr. Seu segundo marido é Ánar (o Outro). Com seu terceiro marido, pertencente a família dos Ases, terá um filho chamado Dia; não é de se estranhar já que, para as antigas sociedades, a noite precedi o dia. Já Tácito nos informou que os calendários germanos eram noturnos: as sociedades do Norte da Europa contavam o tempo por noites, como a imensa maioria dos povos pré-modernos.
E é precisamente o historiador latino o que nos fala do estendido culto à Deusa Terra-Mãe, que viaja em seu carro puxado por bois, pelos povos germanos-escandinavos e intervêm nos assuntos dos homens. Quando sai de seu santuário, em todos os lugares por onde passa reina a paz, o regozijo e o descanso.
Outras denominações de Jörd na mitologia nórdica serão Hlôdyn (provavelmente a mais antiga, foi encontrado ex-votos consagrados a ela nos séculos II e III) e Fjörgyn (significando a que "Concede a Vida"), que, segundo alguns poetas, representaria o poder da produção vegetal da Grande Deusa Terra. Se acredita que Fjörgyn represente um aspecto particular de Jörd, como figuração de vínculo entre a terra e o céu tempestuoso, pois ela era reverenciada no topo das montanhas de onde, segundo o mito, ela esperava para unir-se com o céu.
Jörd é portanto, uma Deusa tão antiga quanto a própria terra, já que é sua encarnação.
O mito narrado por Snorri, em Skáldskaparmal da a Edda Menor, nos apresenta Jörd como uma giganta.
Na memória do antigo Oriente Médio é uma Deusa da fertilidade e Mãe de toda a criação simbolizada pelo milho, pelas cobras, leões e a suástica. Não há qualquer evidência que Jörd tenha sido adorada na época dos Vikings, mas sua antiga importância e fortes ligações com o Deus Trovão são frequentemente narradas na poesia nórdica. A papoula e a romã são consagradas tanto a Jörd quanto a Thor. Cruzes feitas da árvore de romã eram cravadas no solo para invocar a Bênção do deus e da Deusa para tornar os campos férteis.
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