terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Deusa Inanna–Deusa Negra

Deusa Inanna–Deusa Negra

INANNA


Inanna era a Deusa da Suméria responsável pela reprodução e fecundidade, prolongamento da tradição das "Deusas-Mães" atávicas. Foi identificada em Afrodite, Ísis, Isthar (seu nome babilônio),etc. Ela era a rainha do 7 Templos, padroeira da vila de Uruk e a portadora das Leis Sagradas.

Coube a ela roubar do deus da Sabedoria os dons de Enki (Deus q habitava o céu). Ela teria sido designada como mediadora entre os deuses e os homens para que estes pudessem aproveitar os dons divinos.

O Deus Enki, apesar da raiva e do esforço para reaver seus dons, acaba perdoando Inanna e não a castiga, bem pelo contrário, a torna sacerdotisa. Cabe então a ela criar a relação certa, dizer o que se deve fazer exatamente para render homenagens a cada deus, que rituais estabelecer, etc. Inanna reinava sobre tudo, determinava a maneira de vestir, falar, viver a sexualidade, de se comunicar e de trabalhar.

Ela estava presente em tudo, na arte, na prostituição, na taverna sagrada, na falsidade, no medo. Era a Rainha e a alma de tudo que se vivia de bom ou ruim. Os dons vinham do céu, dos deuses, mas somente ela iria levá-los para os seres humanos e mostrar-lhes a arte de usá-los de modo adequado.

DESCIDA AO SUB-MUNDO

Inanna era a Rainha do Céu e da Terra, mas não sabe nada do submundo e sua missão agora é desvendar seus segredos. Decide então fazer um passeio pelo reino dos mortos, abaixo da Terra, domínio de sua irmã-avó Ereshkigal. Haviam sete portais que deveria cruzar rumo ao seu objetivo final. Em cada uma destas portas se vê despojada de seus instrumentos de poder, desde sua coroa até suas vestes. No sétimo e último portal, totalmente nua encontra-se com Ereshkigal, sua irmã e rival.

Totalmente nua, seria a única forma com que Inanna poderia se relacionar com sua sombra. Neste estado vulnerável, Inanna enfrenta sua irmã (sua sombra), é presa e crucificada num poste do mundo inferior, constituindo-se numa imagem de divindade feminina agonizante.

Sozinha e na escuridão, Inanna decompõe-se. Mas nem tudo está perdido, esta experiência e a aceitação de sua vulnerabilidade, a descoberta da necessidade do sacrifício e da morte para que os ciclos da vida se perpetuem, aumentam o poder de Inanna, assim como sua compreensão e beleza.

Sua irmã também aprende uma grande lição e tem agora seu coração aberto à compaixão. Como recompensa por tal sentimento lhe foi permitido reviver a deusa Inanna. Mas Inanna não estava livre para partir até houvesse alguém para ocupar seu lugar. A descida de Inanna ao sub-mundo é um símbolo de ritual de iniciação nos mistérios femininos.

Quando Inanna consegue retornar, descobre que Damuzi (seu marido), em sua ausência usurpara-lhe o lugar no trono do céu. Ficou colérica e permitiu que os demônios do inferno lhe prendessem e o levassem. Depois sentiu pena dele e apelou a Ereshkigal para que o liberassem. Entretanto, lhe foi permitido tão somente uma troca e a irmã de Damuzzi se oferece para rever com ele a permanência no reino de baixo. Assim, durante o outono e inverno, Damuzzi permanece no inferno e as colheitas não se reproduzem, enquanto que na primavera e verão, ele sai da terra para participar do reino de cima e a colheita é farta.

Esta é a origem da celebração do ano sumeriano.

INANNA HOJE

No ciclo de Inanna há a criação, a reprodução e a destruição. Seu encontro com Ereshkigal pode ser visualizado como uma reunião da criação e a destruição, nos mostrando os aspectos bons e ruins da deusa. Aventure-se na escuridão do seu ser, pois é só assim que alcançará o equilíbrio, a iluminação e a inteireza.

JORNADA AO SUB-MUNDO

Para realizar esta jornada você necessitará em primeiro lugar de um recinto fechado, de preferência chaveado para ter o máximo de privacidade. Outros materiais:

1 vela branca (colocada à sua frente)

1 taça com água (à direita)

1 incenso (à sua escolha, pode ser colocado à esquerda).

1 espelho

Como a deusa Inanna você escolheu fazer esta viagem ao sub-mundo, portanto é necessário tenha consigo 7 objetos para se desfazer, podem ser peças de roupa.

Crie um espaço sagrado no seu imaginário, sente-se ou fique em pé, em frente à vela e invoque com suas próprias palavras ou diga:

Oh Inanna, Rainha do Céu e da Terra,

Que regenera nossos destinos à cada lua nova,

Nos envolva com seu manto de sabedoria e beleza

E nos guie nesta viagem, que já lhe é tão conhecida

Estou disposta(o) à descer ao sub-mundo

para compreender sua magia e mistérios,

pois estes conhecimentos são necessários

para a evolução de minha alma.

Deusa Inanna, poderosa rainha dos povos antigos

Abençoa-me na luz da sua onisciência!

Quando achar que estiver pronta(o), inspire profundamente e expire, desapegando-se de tudo. Inspire e relaxe o corpo. Agora abra os olhos e se encare-se no espelho. Lentamente comece a tirar sua roupa, dando a cada uma delas o nome de um elemento que é negativo em sua vida (inveja, ciúme, raiva, etc.). Diga adeus a estes elementos e deixe as vestes caírem ao chão. Se quiser, realize estes gestos com música, o efeito é surpreendente. Feito isso, sente-se em frente a vela.

Volte a inspirar e expirar lentamente por três vezes e sinalize então a entrada de uma caverna. Você está diante dela e deve entrar. Lá dentro é seguro e você descerá bem fundo, até ver uma luz no fim deste túnel. É o limiar do Inferno.

Entre sem medo e chame sua sombra. Qual é sua aparência? Como ela faz você sentir? O que ela tem para lhe dizer? Tente conversar com ela por um determinado tempo. Se tiver medo quando encontrar este seu lado sombrio, continue respirando profundamente e reconheça o medo, ele está ali para ajudá-la(o). Ser capaz de testemunhar todos os aspectos de nós mesmos, com ou sem medo, é o que nos leva à totalidade.

Agora é hora de voltar, portanto diga adeus à sua sombra e caminhe de volta ao túnel, sentindo-se energizada(o), revigorada(o). Suba cada vez mais até chegar a entrada da caverna. Respire fundo e, enquanto solta o ar, volte ao seu corpo. Respire fundo mais uma vez e quando estiver pronta(o) abra os olhos. Feliz Retorno!

Extraído dos arquivos do Gaia Religare

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