quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Deus Rudá


Deus Rudá


Na mitologia tupi, é o deus do amor e do afeto. Vive nas nuvens e sua função é despertar o amor dentro do coração dos homens. “No começo havia a escuridão. Então nasceu o sol, Guaraci. Um dia ele ficou cansado e precisou dormir. Quando fechou os olhos tudo ficou escuro. Para iluminar a escuridão enquanto dormia, ele criou a lua, Jaci, tão bonita que imediatamente apaixonou-se por ela. Mas, quando o sol abria os olhos para admirar a lua, tudo se iluminava e ela desaparecia. Guaraci criou então o amor, Rudá, seu mensageiro, que não conhecia luz ou escuridão. Dia e noite, Rudá podia dizer à lua o quanto o sol era apaixonado por ela. Guaraci criou também muitas estrelas, seus irmãos, para que fizessem companhia a Jaci enquanto ele dormia. Assim nasceu o céu e todas as coisas que vivem lá.”

(Adaptação de versão de Couto de Magalhães)

Deus do Amor (Tupi), encarregado de promover a reprodução de todos os seres vivos. Tem a aparência de um guerreiro e vive nas nuvens, com duas ajudantes: Cairé (a Lua Cheia) e Catiti (a Lua Nova). Essas duas tinham a missão de despertar saudades nos amantes ausentes.

Rudá é o Cupido dos Indígenas. É a ele que as virgens e os guerreiros se dirigiam, pedindo-lhe proteção nas suas pretensões amorosas.

As cunhãs, nas horas de saudade do seu amado, como suas ancestrais índias, erguiam a voz à Rudá de braço estendido na direção em que deve andar o seu bem amado, e imploravam:

"Rudá, Rudá,

Iuaká pinaié

Amãna reçaiçu

Iuaká pinaié

Aiuté Cunhã

Puxiuéra oikó

Ne mumamára ce recé

Quahá caarúca pupé"

Traduzindo:

" Óh Rudá, tu que estás nos céus e que amas as chuvas...Tu que estás no céus...faz com que ele, por mais mulheres que tenha, as ache todas feias; faz com que ele se lembre de mim esta tarde quando o Sol se ausentar no ocidente...."
Invocações à lua

Os tupis consideravam as luas, cheia e nova, elementos auxiliares de Rudá, os deus do amor, e tinham invocações semelhantes às que cantavam aquele deus, e para o mesmo fim de trazer os amantes ao lar doméstico, pelo poder da saudade. Eram estas as invocações à lua cheia (cairé) e a lua nova (catiti):

Cairé, cairé nú

Manuára danú çanú

Eré ci erú

Piape amu

Omanuara ce recé

Quanhá pitúna pupé

Catiti, catiti


Imara notiá

Notiá imára

Espejú (fulano)

Emú manuára

Ce recé (fulana)

Cuçukui xa ikó

Ixé anhú i piá póra.

Cuja tradução, apesar da ignorância do sentido de alguns versos, é assim apresentada:


Eia, ó minha mãe (a lua) fazei chegar esta noite ao coração (do amante) a lembrança de mim.


Lua nova, ó lua nova! Assoprai em fulano lembranças de mim, eis-me aqui, estou em vossa presença; fazei com que eu tão somente ocupe seu coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário