segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Cronos
Cronos e Réia tiveram seis filhos: Deméter, Héstia, Poseidon, Hades, Hera e Zeus. Mas Cronos se tornou perverso, engolindo os filhos quando nasciam, devido à profecia feita por seu pai, que um deles também o destronaria. Diante da dor de perder seu último filho, Réia entrega a Cronos uma pedra enrolada no cobertor. Sem notar, ele engole a pedra. Réia escondeu Zeus numa gruta aos cuidados de Gaia, onde ele foi criado até se tornar adulto, sendo amamentado pela cabra Amaltéia.
Ao se tornar adulto, Zeus retornou para tomar posse do trono de seu pai. Dando a Cronos uma poção mágica, o fez vomitar todos os filhos engolidos. Assim Zeus fêz renascer seus irmãos e assumiu o poder se tornando o rei dos deuses, criador do mundo e soberano dos homens, criando uma nova hierarquia de deuses. Agradecidos pela lição de responsabilidade e generosidade de Amaltéia, os deuses a transformaram na constelação de capricórnio.
**************************
O mito de Cronos nos remete à compreensão do tempo e das limitações da vida mortal. Nada pode ir além do âmbito da própria vida e nada permanece inalterado. Cronos é o deus que encarna o sentido do tempo mas também se rebela contra ele. E por isso foi destronado e humilhado, aprendendo assim no silêncio da própria dor.
Cronos representa o corpo, que envelhece de forma inexorável e ao mesmo tempo se rebela contra seu destino fatal. A aceitação da própria condição é também, de uma forma misteriosa, a separação dos pais e da infância, porque significa sacrificar a fantasia de que em alguma época, de um lugar, virá alguém como num passe de mágica, transformar a nossa vida em um aconchego eterno.
"Viver feliz para sempre" não existe no mundo de Cronos. A juventude cede lugar à maturidade e jamais poderá ser reconquistada de maneira concreta. Entretanto as lembranças e a sabedoria é algo a ser destilado com o tempo. O tempo consome tudo e também envelhece, pede renovação, evolui, muda.
Na sociedade atual temos vários arquétipos de pai. Um dos mais marcantes é o do pai autoritário. A castração do filho impede que ele tenha mais poder que o pai; a castração do pai faz com que o filho queira tomar o poder. A repressão e a competição masculina têm gerado ao longo do tempo complexos paternos que nos fazem refletir por que o velho tem medo do novo; por que os pais autoritários e devoradores têm medo de perder o controle; por que castram, reprimem e maltratam os próprios filhos. Todo pai deveria saber que o lugar que ocupa é temporário, que o filho é seu sucessor, como ele foi do seu pai.
O novo sucede o velho na ordem do mundo. Que as novas gerações desse novo século tragam pais fortes, mas que confiem na sua capacidade geradora. Que reconheçam a energia e o talento da juventude e valorizem seus filhos. E que os filhos valorizem seus pais, que lhe permitiram existir e se tornar os seus sucessores.
O aspecto negativo de Cronos é a sua feroz resistência às mudanças e à passagem do tempo. O lado positivo é saber mudar aquilo que podemos mudar; aceitar o que não podemos alterar; e esperar em silêncio até que o tempo nos mostre, a diferença entre as duas coisas.
Os Filhos de Cronos
Quando Zeus cresceu resolveu vingar-se do seu pai, solicitando apoio de Métis - a prudência. Ela ofereceu uma poção mágica que fez Cronos vomitar os filhos devorados.
* Zeus tornou-se o rei dos deuses, soberano do Monte Olimpo, deus do céu e do trovão.
* Hera, que se tornou deusa dos deuses, ao desposar seu irmão Zeus.
* Deméter, deusa da terra cultiva, da agricultura, das colheitas e das estações do ano.
* Héstia, deusa protetora das cidades, das famílias e das colônias e iluminava a humanidade com o fogo sagrado.
* Poseidon, deus supremo dos mares.
* Hades, deus guardião do Submundo
Gaia ficou com a função de revelar aos homens a origem divina de todas as coisas. Seguindo os conselhos de Gaia, Zeus liberta os Hecatônquiros mas aprisiona os titãs no Tártaro. Então partilhou-se o universo.
* Zeus ficou com o céu e a terra.
* Poseidon ficou com os oceanos.
* Hades ficou com o mundo dos mortos.
ZEUS E SUAS ESPOSAS
Métis, a deusa da prudência, foi a primeira esposa de Zeus, que temia ser destronado devido a uma profecia. Por brincadeira, propôs a Métis de transformar-se em uma mosca. Sem perceber as intenções de Zeus, ela voa e pousa em suas mãos. Imediatamente, ele a aprisiona e a engole. Métis estava grávida e a cabeça de Zeus crescia a cada dia, até que da cabeça de Zeus nasceu Atena, já adulta e a profecia não se cumpriu.
Têmis, a deusa da justiça, foi a segunda esposa de Zeus. As Moiras profetizaram que Zeus tinha muito a aprender com Têmis. Eles tiveram três filhas: Eunômia - a disciplina, Diké - a justiça e Riné - a paz.
Finalmente Zeus se casaria com sua irmã Hera gerando Hefesto, Hebe e Ares.
* Hefesto, divindade do fogo e dos metais. Sua mãe, Hera, achando-o feio, jogou-o do Monte Olimpo, tornando Hefesto coxo. Mas Hefesto aprendeu um ofício e se tornou um hábil ferreiro. Casou com Afrodite, que tinha muitos amantes e seu principal rival era seu irmão Ares.
* Hebe, a deusa da eterna juventude, servia néctar e ambrosia aos deuses. Casou-se com Héracles ou Hércules após sua morte, quando ele foi aceito no Olimpo.
* Ares, deus da guerra e da violência, tinha Éris como companheira de batalha - deusa da discórdia. Era amante da esposa de seu irmão, com quem teve vários filhos, e também outras inúmeras amantes.
Texto e fonte: http://eventosmitologiagrega.blogspot.com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário